domingo, 24 de abril de 2011

A Vingança do Berimbau - Miguezim de Princesa



"O Brasil é um absurdo/ Pode ser um absurdo/ Até aí tudo bem/ Nada mal/ O Brasil é um absurdo/ Mas ele não é surdo/ O Brasil tem um ouvido musical/ Que não é normal..." Com estes versos o compositor baiano Caetano Veloso faz um elogio à musicalidade da cultura brasileira.

De fato, nosso país é muito rico em ritmos musicais, que aqui se originaram e se tornaram conhecidos internacionalmente, como o: frevo, maracatu, forró, xaxado, xote, coco, lundu, maxixe, chorinho, samba-canção, pagode, samba de breque, samba enredo, bossa nova, baião, rojão.

"A Vingança do Berimbau", de Miguezim de Princesa (codinome de Miguel de Lucena - Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, jornalista e poeta de cordel), menciona essa multiplicidade da cultura musical brasileira destacando nomes, como: Maria Bethânea, Caetano, Gilberto Gil, Armandinho, Dodô e Osmar, Gal Costa, Morais Moreira, Batatinha, Caymmi, João, Novos Baianos, Gordurinha e tantos outros...

Check out this SlideShare Presentation:

A Vingança do Berimbau - Miguezim de Princesa














presentations from guestef33a5.

A poesia "A Vingança do Berimbau" surgiu diante da polêmica criada por Antônio Dantas...

Em 2008, o reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Naomar Almeida, pediu afastamento do coordenador do curso de Medicina, Antônio Dantas. A medida foi tomada depois que o coordenador, ao analisar o péssimo resultado que o curso de Medicina obteve no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), declarou à imprensa que o baiano não é inteligente. E o coordenador é baiano.

As declarações polêmicas foram publicadas em um jornal de circulação nacional. Na entrevista, o coordenador do curso de Medicina da UFBA, Antônio Dantas, atribuiu o baixo desempenho dos alunos de Medicina, que tiraram nota 2 no Enade, ao baixo QI - índice de inteligência dos baianos. Ele disse ainda que o baiano só toca berimbau bem porque o instrumento tem uma corda. Se tivesse mais não conseguiria... (leia mais aqui)

A vingança do Berimbau
by Miguezim de Princesa

Superado pelo tempo,
Ensinando muito mal,
Fabricando mil diplomas
Para entupir hospital,
O doutor da faculdade
Botou, com toda maldade,
A culpa no berimbau.

II

Disse o doutor Natalino
Que o baiano é um mocó,
Sem coragem e inteligência,
Preguiçoso de dar dó,
Só liga pra carnaval
E só toca berimbau
Porque tem uma corda só.

III

O sujeito ignorante
Não conhece o berimbau,
Que atravessou o mundo
Com toda a força ancestral.
Na fronteira da emoção,
Traz da África a percussão
Da diáspora cultural.

IV

Nem Baden Powel resistiu
À percussão milenar,
Uma corda a encantar seis
Na tristeza camará
De Salvador da Bahia.
Quem toca e canta poesia
Na dança sabe lutar.

V

O doutor, se estudou,
Na certa não aprendeu nada:
Diz que o som do Olodum
Não passa de uma zoada
E a cultura baiana
É uma penca de bananas,
Primitiva e atrasada.

VI

Jimmy Cliffi, Michael Jackson,
Paul Simon e o escambau
Se renderam ao Olodum
Com seu toque genial,
Que nasceu no Pelourinho
E hoje abre caminho
No cenário mundial.

VII

O baiano é primitivo?
Veja só o resultado:
Ruy foi o Águia de Haia;
Castro Alves, verso-alado
De poeta condoreiro,
E gente do mundo inteiro
Se curvou a Jorge Amado.

VIII

Bethânea, Caetano e Gil,
Armandinho, Dodô e Osmar,
Gal Costa, Morais Moreira,
Batatinha a encantar
Caymmi,João, Bossa Nova,
Novos Baianos são prova
Da grandeza do lugar.

IX

Glauber, no Cinema Novo;
Gregório, velha poesia;
Gordurinha, no rojão;
Milton, na Geografia;
Anísio, na Educação;
Dias Gomes, na encenação;
João Ubaldo e Adonias.

X

Menestrel da cantoria
Temos o mestre Elomar,
Xangai, Wilson Aragão,
Bule-Bule a improvisar,
Roberto Mendes viola
A chula - semba de Angola,
Nosso samba de além-mar.

XI

Se eu fosse citar todos
Que merecem citação,
Faria um livro de nomes
Tão grande é a relação.
Desculpe, Afrânio Peixoto,
Esse doutor é um roto
Procurando promoção!

XII

Com vergonha do que fez:
Insultar toda a Nação,
O tal doutor Natalino
Pediu exoneração
E não encontra ninguém,
Nem um nazista do além,
Para tomar a lição.

XIII

O baiano é pirracento,
Mas paga com bem o mal:
Dá uma chance a Natalino
Lá no Mercado Central
De ganhar alguns trocados
Segurando o pau dobrado
Da corda do berimbau.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A Bossa do Gordurinha



Acredito ser oportuno transcrever aqui no Blog o artigo do jornalista, crítico de televisão, rádio, jornal e internet; e DJ Brasileiro Marcelo Janot sobre o relançamento do disco "A Bossa do Gordurinha".

O filé-mignon do Gordurinha
by Marcelo Janot

Não é preciso pertencer a velhas gerações para conhecer a obra do genial compositor baiano Gordurinha embora seja raro achar, entre aqueles com menos de 30 anos, alguém que ao menos tenha ouvido falar nele. É que Gordurinha, mesmo tendo sido um intérprete carismático, ficou famoso mesmo na voz de Jackson do Pandeiro e Gilberto Gil, entre outros:

"Chiclete com banana": Só boto bebop no meu samba/quando o Tio Sam pegar no tamborim/quando ele entender que o samba não é rumba;

"Vendedor de caranguejo": Caranguejo-uçá, caranguejo-uçá/Apanho ele na lama/E boto no meu caçuá/Caranguejo bem gordo é gaiamum/Cada corda de 10 eu dou mais um;

São alguns exemplos de músicas manjadas de seu repertório.

Com o lançamento, dentro da coleção "Anos de Música" (BMG-Charles Gavin), de um de seus melhores discos "A Bossa do Gordurinha" talvez seja possível amenizar um pouco essa injustiça.

Waldeck Artur de Macedo, nascido em Salvador em 1922, entrou para a Rádio Sociedade da Bahia com 16 anos. Era magérrimo, o que lhe valeu a alcunha de Gordurinha, perfeita para quem já mostrava intimidade com o microfone cantando e fazendo humor.

Chegou a cursar medicina, mas largou os estudos para cair na estrada com sua companhia teatral. Embora posteriormente retornasse ao rádio e à música, a opção pelo humor foi prejudicial, na época, ao reconhecimento de seu talento como compositor; quando deveria ter sido justamente ao contrário, uma vez que Gordurinha foi um dos melhores cronistas musicais de seu tempo.

"A Bossa do Gordurinha", lançado em 1962 e penúltimo dos cinco LPs que gravou, é farto em pérolas bem-humoradas. "(Sou filho da Bahia com muita alegria/ Não interessa se o relógio já deu meio-dia)"; são os primeiros versos da primeira faixa Baiano não é palhaço, em que ele usa uma teoria própria para explicar que Juscelino Kubitschek e Leonel Brizola não eram mineiros nem gaúchos, e sim baianos! Por trás do humor, um discurso social engajado sobre o preconceito contra os imigrantes nordestinos (Até parece que estou noutro país/ Vê que piada infeliz inventaram agora/Ajude a manter a casa limpa/ Matando um baiano por hora).

Gordurinha veio para o Rio no início da década de 50, depois de fazer sucesso em rádios do Recife, onde conheceu Jackson do Pandeiro e Genival Lacerda. No Rio, era encarado com uma certa dose de preconceito e deboche, mas venceu se tornando uma celebridade na poderosa Rádio Nacional. Foi quando, paralelamente aos programas humorísticos, pôde exercitar a inata verve musical, gravando excelentes discos.

Suas elaboradas melodias misturavam com talento ritmos regionais, como o coco, o samba e o rojão, com a latinidade da rumba e do cha cha cha, que funcionavam à perfeição com os arranjos de orquestra.

A rumba "É um calo só" é um perfeito exemplar da face cronista do compositor (O feijão subiu, não posso comer feijão/ Condução subiu, não ando de condução/ Estou contando os postes e ninguém tem dó/ De tanto andar a pé, estou com o pé que é um calo só).

Mas o disco "A Bossa de Gordurinha", revela um outro lado seu: três belas e melancólicas letras de amor que caberiam perfeitamente em sambas-canções, mas cujas melodias têm a alegre expressão rítmica do samba tradicional.

Só a letra de "Anestesia pra moral" já vale o disco inteiro: (O meu destino é amargo/ Sem ela minha vida é tristonha/ Mas eu prefiro viver de saudade/ Do que morrer de vergonha/ Atualmente o problema é discernir o bem do mal/ Ou eles pensam/ Que existe anestesia pra moral?).

É que Gordurinha, por trás da couraça de palhaço, era um sujeito de vida sentimental complicada. Curava as feridas do coração com poesia e morfina. A droga (morfina) acabou levando-o à morte precoce, por enfarte, em janeiro de 1969. A poesia sobreviveu.

O CD "A Bossa do Gordurinha" - (1962 -Coleção RCA 100 anos - BMG - 2003)
1. Baiano não é palhaço
2. Não entendi bulufas
3. Amor & cia LTDA
4. De trás pra frente
5. Jamais
6. É um calo só
7. Carta de ABC
8. O problema é seu
9. Quem é você?
10. Anestesia pra moral
11. Sem ninguém
12. Aquarela do morro
Inclui texto de contracapa assinado por Rodrigo Faour

O cantor e compositor baiano Gordurinha (1922-69) começou a carreira nos anos 50, munido de um repertório rico em ritmos nordestinos e letras bem sacadas, carregadas na ironia e na crítica social. O autor de clássicos da MPB, como “Súplica Cearense” , “Vendedor de Caranguejo” e “Chiclete com Banana”, gravou em 1962 um LP com músicas que confirmavam seu estilo irreverente como “Baiano Não É Palhaço” e “Anestesia para a Moral”. Rodrigo Faour

CURIOSIDADE

A BMG comemorou os 100 anos do selo RCA lançando 20 títulos de seu catálogo pela primeira vez em CD. Todos os CDs foram remasterizados a partir dos tapes originais, tem projeto gráfico fiel às capas originais e receberam textos assinados por jornalistas como Tárik de Souza e Mauro Ferreira.

O samba se faz presente com títulos importantíssimos. “Cartola 70 Anos” (1979), tem no repertório o samba-enredo “Ciência e Arte”, o clássico “O Inverno do Meu Tempo”, o drama rural “Feriado na Roça” e “Mesma Estória”, parceria com Elton Medeiros.

Quatro Grandes do Samba” (1977), que traz Nelson Cavaquinho, Candeia, Guilherme de Brito e Elton Medeiros, tem a participação de Dona Ivone Lara em “Sou Mais Samba”, além de “A Flor e o Espinho”, “Gotas de Luar”, “Quando eu me chamar saudade”, “Notícia”, “Expressão do teu olhar”, entre outras.

Os Originais do Samba tem relançado seu “O Samba é a Corda... Os Originais a Caçamba” (1972) que traz os sucessos “Do lado direito da rua Direita”, “Esperanças Perdidas” e “Lá Vem Salgueiro”.

O compositor baiano Gordurinha aparece com seu estilo irreverente em “A Bossa de Gordurinha” (1962).

Ziriguidum no Sambão” (1971) da cantora Carmen Costa traz a “Marcha do Cordão do Bola Preta” e um raro samba sincopado de Luiz Gonzaga “A Mulher do Lino”.

Fruto e Raiz” (1986) foi o título escolhido da cantora Alcione, cujo sucesso se deu devido à canções românticas como “Garoto Maroto” e “O Que Eu Faço Amanhã”.

Essa primeira fase da coleção “RCA – 100 Anos de Música” lançou também: Alaíde Costa, Banda Black Rio, Cassiano, Cauby Peixoto, Cesar Camargo Mariano, Ednardo, Ivan Lins, João Bosco, João Donato, Luiz Gonzaga, Miucha & Tom Jobim, Orlando Silva, Quinteto Ternura e Wilson Simonal.

Os discos chegaram às lojas no início de setembro /2001– e o melhor! – em série econômica.

A segunda fase lançou no mesmo formato em outubro/2001 discos de Aracy de Almeida, Bezerra da Silva, Ciro Monteiro, Dircinha Batista, Jamelão, João Nogueira, Jorge Veiga, Martinho da Vila, Moreira da Silva, entre outros.

FONTE

Samba Choro

Samba Choro

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Baiano Burro nasce Morto, por Luiz Wanderley



Luiz Wanderley de Almeida (Colônia de Leopoldina/AL, 27/1/1932 * Rio Tinto/PB, 19/02/1993) foi além de cantor, um compositor brasileiro.

Rock do Sedaka




Começou sua vocação pela música popular brasileira aos l6 anos, quando via e ouvia o sanfoneiro de oito baixos João Luiz, famoso na sua terra natal, tocando no fuá da “Veia Dina”. Entusiasmado com as pancadas dos oito baixos, e inspirado pela originalidade da música nordestina, Luiz Wanderley rumou para o Rio de Janeiro, a fim de tentar a carreira artística.

Na cidade maravilhosa, entre outras coisas, foi também alfaiate, sua verdadeira profissão: entre a vida artística dividia seu tempo em “shows, parques de diversões, etc."Antes de firma-se definitivamente no mundo artístico, Luiz Wanderley passou uma série de dificuldades, até o dia em que o maestro Ubirajara dos Santos, o convidou para crooner de sua orquestra no cabaré Novo México, no bairro da Lapa.

Como crooner, Luiz Wanderley cantava todos os gêneros, sem contudo deixar de interpretar um gostoso côco, baião ou mesmo um samba de breque, pois sendo fã incondicional de Moreira da Silva, gostava de interpretar músicas de seu repertório.

Depois de um ano de permanência na referida orquestra, o próprio maestro Ubirajara dos Santos, levou-o a Radio Tamoio e apresentou-o a Zé Gonzaga, irmão de Luiz Gonzaga, pois que o aproveitasse em seu programa “Salve o Baião”. Dotado de grandes qualidades do gênero nordestino interpretativas, não encontrou obstáculos e foi logo convidado para fazer uma série de programas na referida emissora.

Em l954, o então Carlos da Rocha, levou-o para fazer um teste na Organização Victor Cintra, e entusiasmado com suas interpretações, não vacilou em contratá-lo para uma temporada de 6 meses na Radio Mundial e Mayrink Veiga. No término de se seu contrato no Rio de Janeiro, rumou para São Paulo, onde fixou residência até l958.

Luiz Wanderley atuou nas rádios paulistas, voltou ao Rio de Janeiro para fazer uma série de programas na Rádio Nacional. Viajou constantemente por todo o Brasil, do norte ao sul, o que lhe possibilitou tornar-se um dos mais populares artista do país, pois, em toda cidade que passou deixou no gosto popular um pouquinho da sua arte interpretativa. Luiz Wanderley não foi somente um grande cantor, foi também compositor, inclusive venceu um concurso carnavalesco no Rio de Janeiro.





Fez sua estréia em disco em 1952, pela gravadora Star, cantando o samba "O palhaço chegou", de Rosângela de Almeida e Enso Passos.

Em 1955, gravou pela Polydor o xote "Moça véia", de sua autoria e Portela, e o baião "Pisa mulata", de João do Vale, José Cândido e Ernesto Pires.

Em 1956, gravou ainda na Polydor o baião "Bebap do Ceará", de Catulo de Paula e Carlos Galindo, e o rojão "O segredo da dança", de João do Vale, Onaldo Araújo e Vicente Longo Neto. No mesmo ano atuou na TV Paulista.

Em 1957, gravou o xote "O cheiro de Carolina", de Amorim Roxo e Zé Gonzaga, e o samba "Charuto brabo", de Talismã e Agenor de Souza e Silva. No mesmo ano gravou o samba "Iracema", de Adoniran Barbosa. Em 1958 fez sucesso com "Forró em Catumbi".

Em 1959, transferiu-se para a gravadora Chantecler, onde gravou no mesmo ano o baião "Boi na cajarana", da dupla Venâncio e Corumba, o coco "Matuto transviado", parceria com João do Vale, e o hoje clássico "Baiano burro nasce morto", de Gordurinha, obtendo grande sucesso com todas as três. Gravou ainda, da dupla Venâncio e Corumba, o forró "Piada de papagaio" e o foxtrote "Paulificante".



No disco “Baiano Burro Nasce Morto”, destaque para a música Baiano Burro Nasce Morto, composição de Gordurinha que dá título ao disco; e também “Bode Cheiroso” e “Matuto Transviado” ambas composta Luiz Wanderley, esta última gravada também por Tim Maia.

Neste mesmo ano, o compositor Gordurinha já era sucesso com a música Chiclete com Banana. E continuou em evidência com “Baiano Burro Nasce Morto”, baião que inicia o disco e “Cadeia da Vila”, outra composição de Gordurinha, que termina o bolachão de Luiz Wanderley.

Segundo Roberto Torres na obra "Gordurinha: Baiano Burro Nasce Morto" (2ª ed. 2009) a música “Baiano Burro Nasce Morto” foi gravada por Gordurinha, mas ficou mais conhecida na voz do cantor alagoano Luiz Wanderley, que alcançou instantâneo e retumbante sucesso no país inteiro.

"Baiano Burro Nasce Morto, certamente não é - mesmo que possa parecer - uma simples canção humorística. Ultrapassando o seu sentido musical, ela transformou-se numa seta que atingiu de cheio o alvo dos preconceitos a que eram - e ainda são - submetidos os imigrantes nordestinos que viviam nas principais metrópoles do país: Rio de Janeiro e São Paulo", afirma Roberto Torres (pg 67).

E ainda observa: "E foi justamente por este motivo, que - ao ser lançada - “Baiano Burro Nasce Morto” pegou por inteiro, de surpresa o país. Até então, nunca na música brasileira uma voz nordestina - nem mesmo a do Rei do Baião - havia se sublevado neste sentido para defender a dignidade e auto-estima de seu povo com tanta autoridade."

"O sucesso espetacular de “Baiano Burro Nasce Morto” fez a carreira de Gordurinha transbordar as comportas musicais, e se alargar - também - pelo campo da sétima arte. Alcançando a grande tela em 1959, Gordurinha aparece ao lado de Mário Tupinambá cantando “Baiano Burro Nasce Morto”, na comédia musical de Eurídes Ramos, lançada pela Atlântida Cinematográfica, Titio não é Sopa", conclui Roberto Torres (pg. 68-69).





Em “Trabalhadores do Brasil” composição de Luiz Wanderley, o autor faz uma verdadeira apologia ao Presidente Getúlio Vargas, considerado o pai dos pobres e protetores dos trabalhadores, Getúlio tinha ainda um grande apreço nos meios artísticos. Este é um dos melhores trabalhos deste alagoano que as novas gerações precisam conhecer e os novos artistas regravarem obras primas que Luiz Wanderley eternizou na vida musical brasileira.



Luiz Wanderley – Baiano Burro Nasce Morto
Chantecler – CMS 2.8570

1. Baiano Burro Nasce Morto (Gordurinha}
02. Moça Velha (Luiz Wanderley – J. Portela)
03. Que Vontade de Cume Goiaba (José Ramos)
04. Por Onde Deus Passa (Rômulo “Paes - Rubens Silva)
05. Moisés da Prestação (Cícero Nunes)
06. Bode Cheiroso (Elias Soares – M. Fernandes)
07. Trabalhadores do Brasil (Luiz Wanderley – Barbosa da Silva)
08. Matuto Transviado (Luiz Wanderley – João Vale)
09. Boi na Cajarana – (Venâncio - Corumbá)
10. Chora Menino (Barbosa da Silva)
11. Rosário de Amargura (Luiz Wanderley - Ary Monteiro)
12. Cadeia da Vila (Gordurinha)






Para baixar esse disco, Clique aqui.

Em 1960, gravou de sua autoria e Elias Soares o baião "Mineiro sabido" e de sua autoria o batuque "Padroeira do Brasil".

Em 1961, passou a gravar na RCA Victor, onde registrou a marcha "Marcha do berimbau", de sua autoria e Sebastião Nunes, e o samba "Não acredito em ninguém", de sua autoria, William Duba e Aldacir Louro. Gravou também no mesmo ano o chá-chá-chá "Rei Pelé", de sua autoria, Wilson Batista e Jorge de Castro.

Em 1962, gravou os boleros "Amarga solidão", de sua autoria, e "Me leva contigo", em parceria com Luís de Carvalho.

Em 1963, gravou pela Philips "Número um", de Benedito Lacerda e Mário Lago, e "Coronel Limoeiro", dele e Romário Vanderley.

Como compositor, um de seus principais parceiros foi Elias Soares, com quem compôs, entre outras, os xotes "A sopinha do Zarur" e "O cozido do papai" e a marcha "A marcha do Chacrinha".

Em 1967 lançou pela Polydor o LP "Moço velho", um dos mais vendidos naquele ano.

Em 1970, Tim Maia regravou com grande sucesso o baião "Matuto transviado", também conhecido como "Coronel Antônio Bento".

Luiz Wanderley participou de dois filmes nacionais, intitulados: "Vai que é mole", pela Herbert Richers, e "Só naquela base", ambos de 1960. Participaram com ele, Jô Soares, Otelo Zeloni, Renata Fronzi, Dercy Gonçalves, Renato Lupo, Grande Otelo, Ankito e outros mais, famosos da época.

Sinopse: Vai que é mole - Macio, Brancura e Bolinha são três ladrões que saem da cadeia e logo são contatados pelo chefe Dureza para planejarem novos golpes. Maysa, a namorada de Brancura, quer que ele pare com a vida criminosa. As coisas ficam ainda mais complicadas quando Brancura recebe uma carta de sua tia, já falecida, dizendo que ela enviou seu filho José Maria para cuidar. Depois que Macio e Brancura devolvem para uma dançarina a bolsa que roubaram dela, são chamados para participarem de um programa de televisão que enaltecerá a "honestidade" dos dois, causando muita confusão pois tanto seus comparsas como a polícia sabem dos roubos que eles cometeram no passado. Número musical com Virgína Lane, a grande estrela da época.

Elenco: Ankito ... Macio; Grande Otelo ... Brancura; Renata Fronzi ... Reporter; Anilza Leoni ... Léa; Renato Restier ... Padre; Aurélio Teixeira ... Dureza; Otelo Zeloni ... Gianini; Pedro Dias ... Doctor; Armando Ferreira ... Comendador; Jô Soares ... Bolinha; Carlos Imperial ... Pé de Cabra; Carlos Costa ... Mordomo; Maria Augusta ... Maysa; Aurino Cassiano ... Zé Maria; Mercedes Batista; Hugo Brando; Billy Davis; Virgínia Lane; Luiz Wanderley.

Filme: Só naquela base -Produzido por Arnaldo Zonari, Ronaldo Lupo, e Jarbas Barbosa, "Só Naquela Base» 1960 é uma comédia - filme dirigido por Ronaldo Lupo, Liana Duval estrelado, Luiz Wanderley, Rosangela Maldonado, Dercy Gonçalves, Grijó Sobrinho e escrito por Chico Anysio, e Saint Clair Sena.


Aqui o Luiz Wanderley me lembrou muito o Mr. Bean

Mr. Bean tocando Bateria Invisível



Mr. Bean é um personagem cômico, de típico humor britânico, criado pelo ator Rowan Atkinson.

FONTE

Forró Alagoano

Memória da MPB