quarta-feira, 20 de julho de 2011


MEU TEMPO É HOJE : PAULINHO DA VIOLA
Categorias
Longa-metragem / Sonoro / Não ficção

Material original
35mm, COR, 83min, 24q, Dolby Digital, 1:1'85


Data e local de produção
Ano: 2002
País: BR
Cidade: Rio de Janeiro
Estado: RJ


Sinopse
"O documentário é um perfil afetivo do cantor, instrumentista e compositor. O filme mostra seus mestres e amigos, suas influências musicais e percorre sua rotina discreta e muito peculiar, em suas atividades e hábitos desconhecidos do grande público." (FBR/37MFB)

Gênero
Documentário
Dados de produção

Companhia(s) produtora(s): Videofilmes
Financiamento/Patrocínio: Brasil Telecom
Direção de produção: Bruno, Beto
Produção executiva: Ramos, Maurício Andrade
Coordenação de produção: Zangrandi, Raquel Freire
Argumento: Ventura, Zuenir
Roteirista: Jaguaribe, Izabel; Ventura, Zuenir; Ventura, Joana
Direção: Jaguaribe, Izabel
Direção de fotografia: Zangrandi, Flávio
Som direto: Compasso, Aloysio
Edição: Ventura, Joana; Jaguaribe, Izabel
Direçãoo de arte: Duarte, Kiti
Música de: Viola, Paulinho da; Batista, Wilson e Batista, José; Pixinguinha; Barro, João de e Ribeiro, Alberto; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da e Casquinha; Medeiros, Elton e Cartola; Viola, Paulinho da; Monarco; Monarco e Santana, Francisco; Pecadora, Joãozinho da e Cavaco, Jair do; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da e Costa, Fernando; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da e Medeiros, Elton; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da; Dunga; Viola, Paulinho da e Natureza, Sérgio; Rosa, Noel; Diniz, Marcos e Jacarezinho, Barbeirinho do; Viola, Paulinho da; Gordurinha; Rocha Sobrinho, José Carlos da e Silva, Anatalício Rodrigues da; Viola, Paulinho da; Viola, Paulinho da;

FOR ALL : O TRAMPOLIM DA VITÓRIA
Categorias
Longa-metragem / Sonoro / Ficção

Material original
35mm, COR, 95min, 24q, Dolby


Data e local de produção
Ano: 1997
País: BR
Cidade: Rio de Janeiro
Estado: RJ


Sinopse
1943, Segunda Guerra Mundial. Litoral do nordeste brasileiro, região estratégica para os aliados. Em Parnamirin Field, os EUA constróem a maior base militar fora de seu território. Cria-se uma nova casta: a dos privilegiados que falam inglês. Nesse ambiente se passa a história de Giancarlo, imigrante italiano, que não esconde sua admiração por Mussolini; de sua mulher Lindalva, nordestina, doceira famosa, que intensifica seus sonhos de ascensão social com a chegada dos americanos e de seus filhos, Iracema, 20 anos e Miguel, 16 anos.

Gênero
Comédia
Prêmios

Melhor filme; Melhor filme do juri popular; Melhor roteiro; Melhor direção de arte e Melhor música no Festival de Gramado, 25, 1997, RS..
Melhor Filme no Festival de Miami.



Dados de produção

Companhia(s) produtora(s): Bigdeni Filmes do Brasil; Skylight Cinema e Vídeo
Financiamento/Patrocínio: Shell; Sal de Frutas Eno; Brahma; TAM
Produção: Stroppiana, Bruno; Ranvaud, Donald; Lacerda, Luiz Carlos
Co-produção: Ferraz, Hélio Paulo
Direção de produção: Zagallo, Fernando
Produção executiva: Schwartz, Tuinho
Companhia(s) distribuidora(s): Columbia Tristar Film Distributors Internacional INC
Roteirista: Assis, Joaquim; Lacerda, Luiz Carlos; Ferraz, Buza
Direção: Lacerda, Luiz Carlos; Ferraz, Buzá
Coreografia: Martins, Marina
Direção de fotografia: Gonçalves, Guy
Câmera: Hadba, Gustavo
Som direto: Saldanha, Jorge
Montagem: Diniz, Ana Maria
Montagem de som: Cox, Carlos
Direçãoo de arte: Meyer, Alexandre
Cenografia: Riba, Tereza
Figurinos: Carneiro, Marília; Elias, Reinaldo
Música original: Tygel, David
Música de: Tygel, David, Maestro, Maurício, Silva, Abel; domínio público; Babo, Lamartine; Martins, Herivelto, Gomes, Waldemar; Babo, Lamartine; Nesdan, Ubirajara, Teixeira, Afonso; Gordurinha, Castilho, Almira; Brown, L., Timm, W.A., Vejvoda, J., Zeman, V.; Berlin, Irving; Hill, Bill; Gershwin, George - IRA, Carter, Desmond; Osser, Edna, Goetschius, Marjorie; Puccini, Barbirolli; Stordah, Axel, Weston, Paul, Cahn, Sammy;
Identidades/elenco:
Wilker, José
Faria, Betty
Junqueira, Caio
Gorgulho, Paulo
Svane, Erik
Lippiani, Alexandre
Cláudia Netto
Mamberti, Cláudio
Celulari, Edson
Cartaxo, Marcélia
Mauro, Cláudia
Abdala, Catarina
Beranrt, Isaac
Rippol, Axel
Paz, Ana Elisa
Portella, Glória
Oliveira, Mariana de
Jardym, Marcos
Campos, Marco Antônio
Ranvele, Soraya
Vallor, Fabiana
Silva, Luis Sérgio Lima e
Orofino, Raul
Moraes, Luiz Octavio
Picado, Guaracy
Ferreira, Carlos
Lobo, Fernanda
Wandel, Randy
Netherlaand, Marshall
Jaques, Priscila
Monteiros, Márcia
Belchior, Luciana
Prata, Fernanda
Almeida, Camile
Cardoso, Sandro
Figueira, Cláudio
Hernandez, Gilberto
Apresentando Tourinho, Luiz Carlos; Bonatto, Flávia; Duarte, Daniela; Barros, Alexandre
Participação especial Cardoso, Louise; Latorraca, Ney; Byington, Bianca; Vilella, Diogo; Breda, Marcos; Ferraz, Buza; Picollo, Ernesto; Monteiro, Caco; Martins, Felipe; Borges, Ana; Reis, Paulo; Guindame, Sílvio; Souza, Selma Bezerra de; Cavalcante, Ney; Bezerra, José; Rosendo, Abraão Lincon; Torres, Crésio [dublado(a) por Paraventi, Charles]
Motta, Luis Feier]
Narração Paraventi, Charles

RICO RI À TOA - (1957)
RICO RI À TOA
Categorias
Longa-metragem / Sonoro / Ficção

Material original
35mm, BP, 110min, 2.740m, 24q, Dupont


Data e local de produção
Ano: 1957
País: BR
Cidade: Rio de Janeiro
Estado: DF


Certificados

Censurado em 18.08.1957, 15 cópias, 3.028m.Recensurado em 28.03.1958, 6 cópias, 16mm, 35m, trailer.Recensurado em 28.03.1958, 6 cópias, 16mm, 930m.Recensurado em 31.08.1964, 1 cópia, 2.768m.Recensurado a 31.08.1964, 14 cópias, 82m, trailer.


Data e local de lançamento


Sinopse
Um chofer de praça ganha o prêmio da loteria. Como rico, porém, ele fica deslocado do mundo e passa a sofrer uma série de situações constrangedoras.

Gênero
Comédia
Dados de produção

Companhia(s) produtora(s): Brasil Vita Filmes S.A.
Produção: Seabra, Murilo
Direção de produção: Farias, Riva
Produtor associado: Farias, Roberto; Castilho, Claudio
Companhia(s) distribuidora(s): Unida Filmes S.A.
Argumento: Farias, Roberto; Farias, Riva
Roteirista: Farias, Roberto; Farias, Riva
Direção: Farias, Roberto
Direção de fotografia: Landini, Juan Carlos
Câmera: Azevedo, Gilberto
Cinegrafista: Azevedo, Gilberto
Direção de som: Muniz, Celso
Montagem: Alice, Mauro
Cenografia: Evangelista, Darcy
Música (Genérico): Sivuca
Identidades/elenco:
Trindade, Zé
Ferraz, Violeta
Camargo, Armando
Chiozzo, Silvinha
Correa, Apolo
Marçal, Evilázio
Rio, Evelyn
Terras, Domingos
Louzada, Oswaldo
Tiririca
Montel, Arnaldo
Labanca, João
Macedo, Zezé
Nascimento, Armando
Silveira, Mozael
Cunha, Roque da
Procopinho
Azevedo, Gilberto
Pinto, Herlon
GordurinhaFerreira, Jaime
Almeidinha
Schlle, Frederico
Jaime Filho
Alves, Miguel
Hervolino, Wilson
Mattos, Scilia
West, Ita
Roberto, Clovis
Moura, Yolanda
Gilberto, Luiz
Gonzaga, Zé
Veiga, Jorge
Duran, Dolores
Marinês e sua gente
Italo



TITIO NÃO É SOPA
Categorias
Longa-metragem / Sonoro / Ficção

Material original
35mm, BP, 84min, 2205m, 24q, Westrex


Data e local de produção
Ano: 1960
País: BR
Cidade: Rio de Janeiro
Estado: DF


Certificados

Certificado de Censura Federal n.5001 de 02.02.1960, 20 cópias, livre.Censurado em 02.02.1960, 30 cópias, 85m, trailer.Censurado em 02.02.1960, 10 cópias, 882m, 16mm.Censurado em 02.02.1960, 10 cópias, 16mm, 35m, trailer.


Sinopse
O advogado Luiz se despede da família que vai em férias para Poços de Caldas. Ele é muito amigo de Paulo, um músico e dono da boate "Casablanca", montada com o dinheiro que o tio Gregório lhe mandou para a construção de um abrigo de idosos. Paulo, que deveria ter a profissão de corretor de imóveis, fica apavorado quando Luiz lhe entrega uma carta de Gregório comunicando que virá ao Rio com Verinha. Ele faz um acordo com o amigo que, por 10 p.cento da herança do tio rico, passará por dono da boate. Gregório quer verificar as obras do abrigo. Julie, namorada de Paulo, o chama ao telefone para surpresa de Vera. Como desculpa, ele diz que é uma possível compradora de um apartamento. Numa obra, ele acerta com Azevedo para que ajude na farsa da obra do abrigo. Na boate, Julie trama com o amante para que Paulo assine alguns papéis que lhe permitam entrar de posse na boate. Para surpreza de Paulo, ele se encontra com Vera na boate; ela diz que não contará nada ao tio desde que possa se apresentar ali. Julie chega neste momento e chantageia o namorado, dizendo que vai contar tudo ao tio. Paulo leva Gregório em visita à obra, sendo ajudado na farsa pelo mestre de obras, Azevedo. Amaro, sogro de Luiz, volta ao Rio para resolver um negócio interrompido. Gregório o manda para a cozinha, onde Luiz se passava por mordomo. Paulo e Vera chegam à casa depois do ensaio, sendo que Paulo estava arrependido pelo que tinha feito com o dinheiro do tio. Gregório vai até a obra sem Paulo, e diz ao engenheiro que deseja ampliar uma parte da construção. O engenheiro o toma por louco e explica que a obra é uma fábrica de biscoito. Azevedo confirma o engodo. Gregório descobre então a verdade sobre Paulo ao ligar para a boate. O tio vai disfarçado como o americano Charles até a boate e pede ao garçom para conhecer os donos, já que está disposto a comprar o local. Vera e Paulo trocam beijos no camarim, enquanto ele se mostra mais uma vez arrependido. Gregório sai para receber informações de um detetive sobre Paulo e Julie e não volta para o almoço. Todos ficam preocupados. À noite chega Gregório disfarçado de Charles. Durante a conversação, Gregório revela sua personalidade verdadeira e perdoa o sobrinho. Luiz e Amaro o cumprimentam pela bondade e o primeiro retoma sua posição de dono da casa. O filme termina com a perseguição de Luiz e Amaro, fantasiados para o baile do Bola Preta, pela esposa e filha que retornaram de viagem. (resumo do material examinado)

Gênero
Comédia
Dados de produção

Companhia(s) produtora(s): Cinedistri Ltda.
Produção: Massaini, Oswaldo
Direção de produção: Ramos, Alípio
Produtor associado: Ramos, Alipio; Ramos, Eurídes
Companhia(s) distribuidora(s): Cinedistri Ltda.
Argumento: Ramos, Eurides; Lima, Victor
Autoria:
Roteirista: Ramos, Eurides; Lima, Victor
Estória: Baseada na peça teatral de
Direção: Ramos, Eurides
Coreografia: Nogueira, Helba
Direção de fotografia: Barrozo Netto, Hélio
Câmera: Gonçalves, Antonio
Direção de som: Gomes, Antonio
Montagem: Barrozo Netto, Hélio; Monteiro, Wilson
Cenografia: Macedo, Benedito; Carias, Paulo
Identidades/elenco:
Ferreira, Procópio
Macedo, Eliana
Lupo, Ronaldo
Rossano, Herval
Montez, Nancy
Stuart, Afonso
Policena, José
Moema, Grace
Guimarães, Zélia
Morais, Sonia
Carvalho, Rafael de
Grijó Sobrinho
Carvalho, Paulo de
Mello, Angelito
Gomes, Delfim
Ivantes, Azelita
Mazzei, Luis
Chiquinho

FILMOGRAFIA DE GORDURINHA



A GRANDE VEDETE
Categorias
Longa-metragem / Sonoro / Ficção

Material original
35mm, BP, 97min, 2.662m, 24q, Eastman, 1:1'37


Data e local de produção
Ano: 1958
País: BR
Cidade: Rio de Janeiro
Estado: DF


Certificados

Certificado de Censura de 01.07.1958, 25 cópias, 90m, 35mm.Certificado de Censura de 11.07.1958, 20 cópias, 2600m, 35mm.


Sinopse
Janete, outrora uma grande vedete, ainda acredita ter fama e beleza. Apaixona-se por Paulo, autor de revistas, e pensa que pode interpretar sua nova peça. Ninguém quer contrariá-la, mas Janete descobre o equívoco, cai de uma escada e exige a namorada de Paulo como substituta. A peça faz enorme sucesso e, ao final do espetáculo, o público exige a presença de Janete, consagrando-a definitivamente.

Gênero
Comédia
Dados de produção

Companhia(s) produtora(s): Produções Watson Macedo
Produção: Macedo, Watson
Direção de produção: Souza, Elias Lourenço de
Produtor associado: Massaini, Oswaldo; Laranja, Alberto
Gerente de produção: Carvalho, Arnóbio
Companhia(s) distribuidora(s): Cinedistri - Produtora e Distribuidora de Filmes do Brasil
Argumento: Macedo, Watson
Roteirista: Macedo, Watson
Direção: Macedo, Watson
Coreografia: Carijó; Bambi
Direção de fotografia: Pagés, Mário
Câmera: Gonzalez, Adolfo Paz
Direção de som: Salivero, Spiros
Montagem: Macedo, Watson
Edição: Macedo, Watson
Cenografia: Macedo, Watson; Moura, Eolo C.
Figurinos: Motta
Identidades/elenco:
Gonçalves, Dercy
Herbert, John
Marcel, Marina
Catalano
Macedo, Zezé
Moreno, Francisco
Leite, Ferreira
Terra, Domingos
Almeidinha
Cunha, Roque da
Magalhães, Terezinha
Camargo, Luiza
Sylvio Junior
Dias, Heitor
Nélio, Aldo
Murilo, Sergio
Leite, Lindberg
Piragibe, Roberto
Mafra, José
Costa, Alvaro
Almeida, Luiz
Mello, José
Nunes, Waldir
Soares, José
Andrade, Cezar
Garcia, Antonio
Schiller, Frederico
Participação especial Trio Irakitan

sábado, 16 de julho de 2011

GIL E GORDURINHA

Em apresentação, Gil repudia composições
MARCELO RUBENS PAIVA
Articulista da Folha de S.Paulo

No show histórico que Gilberto Gil fez na Universidade de São Paulo em 1973, que está sendo registrado em três CDs remasterizados por Paulo Tatit, ele repudia composições antigas num surpreendente desabafo. Após tocar "Procissão", o cantor comenta:

"É o exemplo de como o novo pode ser velho. Essa música é velha, ingênua, incorreta, faz colocações que eu não faria hoje. O verso 'só acho que ele [Jesus] se esqueceu de dizer que a gente tem de arrumar um jeitinho de viver' é um erro meu, provocado pela falha, uma ansiedade minha de servir, de denunciar".

Quando um estudante grita para ele tocar "Roda", Gilberto Gil interrompe:
"É outra canção maniqueísta que repudio. Eu estava engajado, como em 'Louvação'. Não as rejeito, passei por ali. Só que hoje estou além. Ou aquém. São músicas incorretas. A realidade hoje é outra. São idealistas, não são objetivas. Se não pode dizer a verdade hoje, não diga".

A platéia insiste para ele cantar "Domingo no Parque". Ele acaba cedendo. Mas, ao final, diz:

"É uma música belíssima, mas foi um equívoco a utilidade dela como instrumento de transformação. Isso fica ineficaz de repente, não representa mais o que representou. Continua poeticamente forte, mas enquanto instrumento politico é perecível. É nisso que vocês, como eu, precisam estar muito atentos".

Gil até então tinha cinco LPs gravados. Voltava de um exílio forçado. Abriu o show com uma versão de mais de 11 minutos de "Oriente": "Vim aqui porque os meninos me pediram, sabe como é. Fiz uma escolha de músicas para cantar seguindo um critério meio absurdo".

Ele toca sambas de Gordurinha, Caco Velho e Germano Mathias. A platéia pede "Cálice".

Gil diz que não se lembra da letra. Alguém da platéia lhe oferece um recorte com a letra.

Um estudante interrompe: "Posso fazer uma pergunta? A gente sabe que toda manifestação artística existe dependendo do que tem ao redor".

Gil não concorda e diz que elas existem independentemente de tudo. Quando o estudante é vaiado, Gil pede: "Afaste dele esse cálice". É nesse momento que diz a frase que ficou marcada na memória dessa geração:

"Procuro pelo menos fazer o que acho que posso fazer e o que devo fazer. Como numa corrida de obstáculo, se não dá para passar por cima, passa por baixo".

Cantando "Expresso 2222", ele improvisa: "Tudo tem dois lados, tudo certo, tudo errado, 2222, felicidade vem depois".

Ele canta ainda seis minutos de "Objeto Sim, Objeto Não", pergunta quem já viu disco voador e diz que viu um na Bahia: "Tanto faz crer ou não. Se existe, ótimo, se não existe, também".

Gil canta ainda nove minutos de "Duplo Sentido" e encerra com rocks como "Back in Bahia", que ele chama de "Aquele Abraço às Avessas

terça-feira, 12 de julho de 2011

GORDURINHA E SEUS DIREITOS AUTORAIS



A impressão que a querida e livre imprensa nos passa é de estar contra um dos grandes gênios da música popular, Gordurinha, ou Waldeck Artur foi um gênio não reconhecido e desprezado a elite musical. O que mais me choca é o fato de a imprensa atual cheia de recursos para consulta como a internet se manter calada diante de fatos relevantes.
Algumas musicas de Gordurinha continuam sendo creditadas a outros cantores, creditadas por profissionais da arte e por leigos que publicam em sites, blogs, e na vasta imensidão da internet, que parece ser incontrolável e sem punições por seus erros.
Vou citar aqui algumas das musicas que Gordurinha fez e como ele mesmo dizia, algumas de suas músicas fizeram um pouco de sucesso, tais como:
Chicletes com Banana que insistem em chamar de Chiclete com Banana
Suplica Cearense em que insistem creditar a Luiz Gonzaga
Entre outros sucessos estão Mambo da Cantareira, Vendedor de Carangueijo, Vendedor de Biscoitos, Baiano Burro Nasce Morto, Carta a Maceió, Orora analfabeta, Oito da Conceição, entre outros.
Então eu me pergunto e pergunto a vos caro leitor, porque a imprensa insiste em esquecer Gordurinha.
Eu imagino se fosse Gordurinha escrevendo esse texto ele escreveria mais ou menos assim:

Sentado em um banco na praça de seu Ferreira, em Quixeramobim no Ceará, mastigando chicletes com banana, escrevendo uma Carta a Maceió, ou assistindo um jogo entre SP x RIO, vendo a chuva castigar o Ceará, logo fará uma Suplica Cearense, comprando Carangueijo de um Vendedor, que é casado com uma Orora Analfabeta, que mora em Ipanema, mas vai de Mambo da Cantareira. De repente fazendo uma Prece Para os Homens Sem Deus, até mesmo pedindo para tenente bezerra pra sair da cadeia da vila, e viajar de avião.
Bom... Como dizia Gordurinha... eu não sou de nada só canto Baião
Chamo-me waldeck Luiz (Gordurinha Neto), sou neto de Gordurinha deixo aqui registrado minhas palavras e indignação por um artista talentoso e esquecido, onde em seus 42 anos de morte foram esquecidos e ainda é usurpado seu direito de reconhecimento a sua obra, grandiosa, onde nos mostra a cultura Brasileira e a história do Brasil em suas canções. Para não ser injusto vou tentar fazer juz aos grande que foram nobres a obra de meu avo ,como: Gilberto Gil , Fagner , Trio Nordestino , Genival Lacerda , Sergio Reis , Clara Nunes, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Wanderley, Venâncio e Corumba, Ary Lobo , me perdoem se não citei todos os que gravaram as musicas de meu avo, foram tantos, mas graças a vocês , meu avo ainda é lembrado. O Roberto Torres que escreveu a biografia de Gordurinha, a Elizabeth Nogueira que em seus blogs sempre menciona Gordurinha, e ao meu amigo Edmar Correa, jornalista e compositor, e grande divulgador da obra de Gordurinha.
Aqui deixo registrado meu agradecimento às emissoras que, mandei e-mails para render homenagens a Gordurinha na data de seu falecimento, e as respostas que vocês não me deram, muito obrigado de Gordurinha Neto.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Trio Caruá - Quixeramobim -uma raridade de Gordurinha

Onde é que tem uma redinha muito boa Pra depois do almoço agente descansar E tem buchada feita com bucho de bode E tem pagode, mode agente se espalhar É em Quixeramobim, Pois Quixeramobim é lá no meu Ceará Ai meu irmão, ai meu irmão Tem jeito não, pode mangar de mim Mais saudade da molesta do meu Quixeramobim Já to cansado de ver arranha-céu To ficando doido de ver tanta confusão Mais eu não troco, não troco Quarenta colchões de mola por uma rede não

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O INJUSTIÇADO MESTRE GORDURINHA

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Gordurinha fez as músicas, Jackson levou a fama. Waldeck Artur de Macedo ganhou este apelido estranho como ironia por sua magreza, e ao fazer sucesso com músicas bem humoradas, ficou com fama de compositor/humorista, o que só prejudicou. Não que o Jackson não fosse compositor também. Mas foi sua performance que o eternizou, fundada numa escolha de repertório tão perfeita que parecia às vezes ser toda de um autor, enquanto Gordurinha permanece ainda hoje à sua sombra.

Gordurinha não foi levado a sério em vida como deveria, em boa parte por preconceito com sua condição de nordestino. Não era apenas autor de músicas engraçadas – Luiz Gonzaga confessava sua inveja por não ser autor da Súplica Cearence -, mas mesmo quando usava de graça, era ferino e sabia ser bem direto – até para reagir a este preconceito. Não é à toa que um de seus baiões tem como título Baiano burro nasce morto, e em outro ele tenha saído com estas afirmações tremendas de orgulho e altivez:



Vim da Bahia pro Rio de Janeiro
Pra ganhar dinheiro
Desaforo não
Pau de arara é a vovozinha
Eu só viajo é de avião



em Chicletes com Banana ( nome correto da música ) o que Gordurinha faz é deixar para trás este debate antes mesmo de ele começar. A gravação de Jackson é exatamente de 1959, enquanto a Bossa Nova gestava a estilização do samba tradicional nos apartamentos da Zona Sul carioca.




A gravação de Jackson… é puro Jackson. Samba na acepção ampla de Jackson, o samba que se espalhou pelo Brasil sob diferentes denominações influenciando manifestações culturais várias e sendo por sua vez modificado por elas, adquirindo sotaques e malemolências diversas. Para Jackson, samba é, entre outras coisas, coco. E coco é samba. Jackson mistura o bom humor e a ironia da canção à sua própria, como quem bate um papo ou conta um caso, ao mesmo tempo que quebra tudo no rítmo.


Salto para 1972. Gilberto Gil regrava Chicletes com Banana em seu álbum Expresso 2222. Formação instrumental: violão, guitarra, baixo, piano e celesta, bateria e percussão.




As contraposição das duas gravações parece, à primeira vista, estabelecer um panorama antes / depois da tremenda discussão da formação da MPB, via Bossa Nova e Tropicalismo. O que Gil faz é trazer para o arranjo e a interpretação tudo o que a letra diz no futuro, explicitando o fato consumado: a profecia se realizou. Gil faz scat singing sobre um arranjo que mistura cuidadosamente – e de forma nem tão natural – o samba e o jazz, mais até do que o rock e o boogie-woogie citados na letra, e após a exposição da primeira vez, canta as repetições da letra com melodias totalmente diferentes, como explorando o tema, à maneira dos cantores de jazz. Por outro lado, o baixista original, o americano radicado no Brasil Bruce Henry, não conseguiu fazer a levada de samba de que Gil precisava, e quem tocou o baixo na faixa foi Lanny Gordin (que é nascido na China, de pai russo e mãe polonesa, mas foi criado no Brasil, ao contrário de Bruce, criado na Espanha até os 16 anos).


Mas todo o álbum Expresso 2222 tem a marca desta mistura. Gil havia acabado de chegar do exílio em Londres, com a cabeça cheia de rock inglês, mas também cheio de saudades de casa. O álbum é um reencontro, um retorno do filho pródigo – mas o filho pródigo não voltará a ser como era antes de sair. Sintomas: Cada macaco no seu galho, do Riachão, que ele regravou com o Caetano anos depois no Tropicália 2, é gravado como se fosse uma faixa do Exile on Main Street, dos Rolling Stones! A faixa se contradiz internamente de propósito, como se adotasse o discurso-chave do Chacrinha: “eu não vim para explicar, eu vim para confundir” (Caetano faria coisa parecida no álbum Araçá Azul, ao gravar Eu quero essa mulher assim mesmo com guitarras desvairadas).


Já a abertura do álbum é com a Banda de Pífaros de Caruaru, tocando a também gravada por Caetano (e com letra dele) Pipoca Moderna. O espírito do retorno é explicitado: música regional tornada de vanguarda, no rítmo de complexas subdivisões de compasso. Pipoca Moderna e Chiclete com Banana são geminadas em Expresso 2222, a começar pelos títulos – mesma direção, sentidos inversos: de lá para cá, de cá para lá. Gil diz sobre seu retorno:



Eu já voltei pós-rock! (risos) A visão, a cultura e a informação eram pós-rock. Era Paralamas já! (risos) Já era Paralamas, já era Titãs, já era um rock voltado para as raízes e para os interesses locais e para as músicas de traço local.



Gilberto Gil foi exilado pela ditadura militar em 1968, no bojo dos acontecimentos ligados ao endurecimento do regime, que interromperam bruscamente muitos dos debates sobre o desenvolvimento da música brasileira ao imporem outra pauta mais urgente. Ao voltar, em 72, de certa forma estes debates se tornam fato consumado, e não é mais possível fazer as divisões entre os que aceitam ou não influência estrangeira, entre nacionalistas e entreguistas, etc. No entanto, não deixa de ser impressionante que Gil vá buscar num compositor anterior a toda esta discussão a constatação da resposta que só o tempo pode dar.


Em Chicletes com banana, Gordurinha exibe sua dialética: reconhecendo que o povo dominado influencia e modifica o dominador – como as línguas latinas vieram do latim, mas não são o latim – e sobreviveram ao Império Romano e tornaram-se dominadoras mais tarde; como o samba invasor do Sudeste e da Bahia se espalhou pelo Brasil, sofrendo por suas vez modificações, criando variantes a ponto de permitirem o surgimento de um Jackson do Pandeiro, artista maduro em sua arte que mistura homogeneamente todas estas influências; e como a mesma história estava a ponto de começar a se repetir em 1959, e continua a se repetir hoje, com o funk, com a música eletrônica; como a MPB, forjada sem este nome desde bem antes, continua a ampliar suas fronteiras, independente dos que sempre surgem para agourar uma suposta descaracterização – na verdade uma contínua recaracterização. O compositor como antena da cultura e também artesão da nacionalidade. Gordurinha explica, e Gil amplifica, que esta dicotomia é falsa, pois um papel do compositor alimenta o outro, em mútua dependência. Não apenas chiclete, não apenas banana. Muitos outros sabores.