Música Popular Brasileira completa 42 anos sem Gordurinha



Eu, Sem Caminho
Gordurinha

...Eu sei das minhas convicções, da minha cor preferida. Sei de que lado estou e analisando bem não gosto dos lados, prefiro o meio. É bom ficar no meio e olhar para o alto. De todas as cores, o azul me fala mais. Fala melhor de tranquilidade e eu estou precisando disso. O azul do céu de Deus...

Desculpe, eu falo claro
Sem rodeios, o que sinto
A verdade eu não minto
A mentira não constrói
E a verdade eu sei que dói
Eu olho pro lado e não vou
Tem abismo
Eu olho e não vou
Olhar pra trás é pior
É fome, é frio, é calor
Poeira de estrada barrenta
Caminho de pedras sem flor
Eu não vou, não vou
Eu olho pro lado e não vou...
Só falta olhar pro alto
Eu quero olhar pro céu
Eu posso olhar pra cima
Afinal eu não sou réu
Lá em cima tudo é azul
É pra lá que eu sei que vou
O azul do céu de Deus
Sempre foi a minha cor
O azul do céu de Deus
Sempre foi a minha cor...
(Gravação: Gordurinha - Disco: Gordurinha
- Gravadora: Musicolor - Ano: 1968)


Começo esta postagem trazendo a letra da música "Eu, sem Caminho", uma bela composição de Gordurinha. A letra parece ter saído de seu coração um dia que ele rememorando seu passado pode fazer um paralelo com seu presente e constatou com todas as letras que não ia voltar atrás porque mesmo que um dia lhe faltasse caminho os céus enfim o presentearia por seus feitos...

Domingo, 16 de janeiro de 2011 completou 42 anos que Waldeck Artur de Macedo, o Gordurinha foi conferir de perto "o azul do céu de Deus", sua cor preferida. São quatro décadas de muita saudade por parte dos familiares, amigos, fãs que conheceram um homem de vários saberes, cheio de sonhos, projetos e realizações.

Gordurinha, um dos mais dinâmicos artista de circo, teatro, rádio, televisão, cinema, também compôs, tocou e cantou melodias que traziam em suas letras a "bagagem" de suas vivências, algumas delas cheias de humor e sarcasmo, outras choravam as tragédias sociais e climáticas que lhe doiam até mesmo olhar pra trás ou pro lado.

Era fome, seca, poeira, enchentes, um "caminho de pedras sem flor", um lugar para o qual ele tinha certeza de não querer voltar, pois secou- lhe a saudade mas não lhe tirou a esperança e a fé de seguir em frente em busca da tranquilidade, do azul de um dia perfeito.

Pode-se dizer que tudo começou em Salvador, no dia 10 de agosto de 1922, mas o artista mesmo nasceu para o público em 1938, quando Gordurinha fez parte do conjunto vocal "Caídos do céu". Depois ele se alistou a vida do teatro, do circo e sua música ganhou pantomimas e ele criou personagens inesquecíveis.

E então, Gordurinha espraiou-se entre as gentes, cidades e estados desse nosso Brasil e até hoje é lembrado com muito carinho sendo citado e homenageado por radialistas, escritores, interpretes, e tantos outros que creditam a riqueza de sua obra um legado as gerações.

Comentários

o refúgio disse…
moço, que postagem bonita! quase ouvi a música...

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