terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

HOMEM DE CIRCO

GORDURINHA E A TROUPE JOVAL RIOS E SEUS ARTISTAS "Foi sob a lona colorida, pulando de cidade em cidade, que ele (Gordurinha) adquiriu sua natureza mambembe, traço de uma personalidade nômade. Da experiência circense levou consigo a capacidade de entreter o respeitável público por horas e a trabalhar o humor como válvula da arte, cunhando bordões e expressões que deixariam marcas indeléveis no simbolismo popular." Júnior, Jairo Costa - Gordurinha -Waldeck Artur de Macedo - Integra o Filé da Casta de Cronistas Nordestinos - Correio da Bahia, 15/02/2004


Joval Rios nasceu em Ilhéus (BA), no dia 22 de abril de 1919. Filho do comerciante de cereais Antonio Queiroz Pereira e Ermância Queiroz Pereira. Leda Rios – Durvalina Feitosa Pereira - nasceu em 11 de maio na Vila da Pedra (AL). Filha de Luiz Feitosa de Alcântara e Maria Isabel de Alcântara.


Ele desde criança teve vontade de conhecer o mundo, pessoas, lugares diferentes. Ela amava sua terra natal, mas como ele, queria conhecer o mundo. Aos 14 anos, ele começou a trabalhar como operador do Cine Teatro Ilhéus, onde aprendeu a desenhar cartazes de filmes, habilidade que lhe valeria sua entrada no circo, pois, no ano de 1937, seguiu com o Circo Havaí como pintor de cartazes. Assim Joval começava a realizar seu grande sonho: correr mundo. E, correndo mundo, Joval se formou na escola do circo como trapezista e palhaço.


Em 1941, já com Circo J. Lima, chegou a Vila da Pedra (AL), e na sua primeira exibição no trapézio, avistou Durvalina, no esplendor dos seus 20 anos. Morena faceira, Durvalina tinha muitos encantos. Um deles, que conquistou Joval de vez, foi sua voz aveludada que aliada a uma sensibilidade musical rara fazia dela uma cantora em potencial.


Quinze dias depois de se conhecerem, no dia 7 de agosto de 1941, eles se casaram. Com Joval, que na época já atuava como ator, Durvalina virou então a cantora Leda Rios: "- Cantei com muita paixão um repertório bem variado, do romântico ao samba rasgado. Me vesti de baianas e cetins, e sentia no palco uma emoção grande, dessas que arrepiam a pele da gente".


Os dois trabalharam no Parque de Diversões Versailles, quando ela estava esperando seu primeiro filho: Tairone Feitosa. Depois, eles montaram a Troupe Versailles e continuaram suas andanças em plena 2ª Guerra Mundial, sobrevivendo com o que podiam adquirir no trabalho. A vida não era fácil, mas eles estavam felizes.


As viagens eram verdadeiras aventuras, pois iam desde os caminhões, barcos, troles e trens até o lombo de cavalos, a exemplo da época da Guerra, quando iam aos lugares mais estranhos para fazerem apresentações, como cemitérios, alojamentos de soldados que estavam combatendo na guerra, e tantos outros. Anos depois, Joval, assim resumiria a vida circense: - O “raiar do Sol e o suspender da Lua” traduzem de forma primorosa a vida circense: O raiar do Sol – é a dura realidade da vida: armar e desarmar, torcer por público, esperar, esperar... O suspender da Lua é a magia do espetáculo, é a luz da ribalta, é o aplauso...


Em 1946, Joval e Leda Rios ingressaram no Circo Teatro Fekete, onde fizeram grandes amigos como Bob, Charles, Eros Arruda, Nini, Raquel e, principalmente Alberto Fekete que, de certa forma foi um mestre, lapidando-os na arte de interpretar.


Segundo Joval Rios, poucos teatros no Brasil tinham a qualidade de montagem de peças teatrais como o Circo Fekete. Grandes épicos eram levados como Os Miseráveis e A Queda da Bastilha. Deixando o Fekete, o casal montou novamente a sua Troupe – agora com o nome Joval Rios e seus Artistas.


Mais maduros, montavam esquetes e pequenas inserções teatrais. Dessa Troupe surgiram nomes de destaque na música brasileira, como é o caso de Waldeck Artur Macedo – o Gordurinha – autor da música "Súplica Cearense", Bianor Batista e Nelson Roberto.


Gordurinha estava com 19 anos quando conheceu o palhaço, trapezista e ator Joval Angélico Pereira e entrou para a pequena troupe de artista mambembes de Joval, uma das personalidades mais importantes da trajetória de Gordurinha.


Ele teve influência direta em sua formação artística. Entre eles surgiu uma grande amizade. Joval Rios foi como um irmão mais velho para Gordurinha, e também o grande incentivador da fase inicial de sua carreira. Na troupe de Joval Rios, Gordurinha entrou como cantor e violonista.


Mas em pouco tempo já fazia de tudo um pouco: cantava, tocava violão, apresentava espetáculos, representava. A troupe de Joval foi uma grande escola para Gordurinha. Seus professores eram artistas mambembes como Nelsom Roberto, Bianor Batista, o próprio Joval, e tantos outros artistas que iam passando.


Durante as excursões da troupe, além de cantar e tocar, Gordurinha passou a participar como ator, fazendo dupla com Zebedeu, personagem vivido por Joval Rios, de esquetes e passagens cômicas.


Quando começou a fazer a dupla com Zebedeu, Gordurinha ainda era Waldeck Artur Macedo. Ainda não existia o apelido famoso com que viria marcar seu nome na história da nossa música popular. Mas como Waldeck era um nome que soava pomposo demais para fazer parte de uma dupla de humoristas, eles começaram a bolar um nome artistico, um apelido mais apropriado.


Um certo dia, ao vê-lo sem camisa durante um ataque de asma, Joval teve a ideia: Gordurinha! Disse o amigo, entre risadas, aproveitando o paradoxo entre o apelido e a figura física. Inicialmente, Waldeck não gostou da brincadeira, resistiu, mas depois concordou, incorporando definitivamente o apelido que iria acompanhá-lo pela vida inteira. A dupla Zebedeu & Gordurinha fez grande sucesso nas praças onde se apresentou.
FONTE *circonteúdo *Gordurinha - Coleção Gente da Bahia - Torres, Roberto. 2ª ed. 2009.

GORDURINHA

O "Programa COMPOSITORES DO BRASIL", do Prof. José Nilton (Zé Nilton) no dia 25/02/2010, apresentou vida e obra de Gordurinha, excelente compositor brasileiro, que viveu as mais diferentes artes – cinema, teatro, música, locução radiofônica em Salvador e no centro do mundo – o Rio de Janeiro, de sua época. A pesquisa postada no site Chapada do Araripe foi atração no programa: Compositores do Brasil, da Rádio Educadora do Cariri... e aqui no Blog apresento a postagem na íntegra.

GORDURINHA



“Meu Deus
Por que é que nessa terra
Pedem paz e fazem guerra
E fazem guerra pela paz
Meu Deus
Por que é que os homens agem
Sempre em nome da coragem
A apunha-las só por trás
A fortuna correndo atrás
De quem já tem dinheiro
E o faminto se foge da fome
Ela vai atrás
Óh, meu Deus o sertão está seco
Só chove na praia
O oceano está cheio de água
Não precisa mais
Muita gente com a reza na boca
E o ódio no peito
O cristão fazendo mal feito
Com a Bíblia na mão
A ganância na terra entre os homens
Gerando conflito
E a ciência a serviço do mal
E da destruição”…

(Gordurinha: “Prece para os homens sem Deus”)

O nome Waldeck Artur de Macedo tem tudo para representar um sujeito muito sério, compenetrado e porque não dizer, sisudo e arredio. Contudo, a figura nomeada por tão pomposa graça não é nada disto. Começou a vida artística, lá pelos anos de 1938, em Salvador, como comediante e humorista, por tratar-se de uma pessoa alegre, brincalhona e de bem com a vida.

Gordurinha, que era magro e esbelto, logo ganhou notoriedade pelo jeito esculachado de ser, pela sua fina verve humorística e pelo sarcasmo que iria ser disseminado em suas letras anos mais tarde. Disse em sua música que “cabeça grande é sinal de inteligência”, e com este dom (que independe do tamanho da caixa craniana), antecipou muitos movimentos musicais.

Na letra de “Chicletes com banana”, onde declara, à guisa de Adriano Suassuna, seu desprezo pela presença americana em nossa cultura, lembra a sacada tropicalista, de fraseado antropofágico, quando sugere na letra:
“Só boto bebop no meu samba,/Quando o tio Sam pegar no tamborim/Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba/Quando ele entender que o samba não é rumba”/…

Já na música “O vendedor de caranguejo” fala da sobrevivência no mundo do mangue, da lama, e na criação de um tipo de humanidade, o vendedor de caranguejo , preso à rotinização que acaba por configurar um tipo de sub cultura, mais tarde tão bem expressado pelo movimento mangue-beat, de Chico Science. Foi um defensor da música regional, e muito criticou os preconceitos e os estereótipos com que o sudestinos marcam os nordestinos.

Escreveu na capa do LP do Trio Nordestino, em 1972, um desabafo contra essa de que somos uns paus de arara. Disse que “Pau de Arara é a vovozinha”, música que abre um dos melhores discos dos gloriosos, Lindú, Cobrinha e Coroné.

Gozou também com a bossa nova, ridicularizando em suas rimas pobres e pouca ou nenhuma proposta. Gordurinha tinha uma predileção pelo Ceará. Cantou a secas e as enchentes cearenses, pediu clemência ao Padre Cícero, exaltou a Praça do Ferreira.

A pesquisa foi atração no programa: Compositores do Brasil, a partir das 14 horas, na Rádio Educadora do Cariri. Vamos falar de Gordurinha como uma das expressões da música nordestina cantada com a força e a graça da musicalidade baiana, de onde veio este excelente compositor brasileiro, que viveu as mais diferentes artes – cinema, teatro, música, locução radiofônica em Salvador e no centro do mundo – o Rio de Janeiro, de sua época. Dentre as músicas de seu vasto cancioneiro, selecionamos o seguinte roteiro.

Vamos ouvir e falar de:
Tenente Bezerra, de Gordurinha com Gordurinha, gravação continental de 1959.
Uma prece para homens sem Deus, de Gordurinha, com Ary Lobo, de 1969;
Trem da Central, de Gordurinha e Mary Monteiro, com Marinês e sua gente, gravação da RCA Victor, de 1960.
Bossa quase nova, de Gordurinha, com Gordurinha, gravação original pela continental de 1961.
De trás pra frente, de Gordurinha, com Gordurinha, 1962;
Baianada, de Gordurinha, com Gordurinha, gravação da continental, de 1959.
Baiano burro nasce morto, de Gordurinha, com Gordurinha, do LP. Gordurinha tá na praça, gravação da Continental de 1959;
Pedido ao padre cicero, de Gordurinha, com Gordurinha, grvação original de 1959.
Vendedor de caranguejo, de Gorduinha, com Gordurinha, gravada pela Continental em 1958;
Súplica cearense, de Gordurinha e Netinho, com Luiz Gonzaga, gravação original da continental de 1960;
Mambo da Cantareira, de Gordurinha, com Gordurinha, gravação da continental de 1960;
Pau de arara é a vovozinha, de Gordurinha, com Trio Nordestino,1972.
Chiclete com banana, de Gordurinha e Almira Castilho, com Jackson do Pandeiro, gravação original pela continental, de 1959.


Informações:
Programa Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Sempre às quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri – 1020 kz.
Apoio: CCBN.



FONTE

*Chapada do Araripe - compositores do Brasil - 2010- Por: Prof. José Nilton
http://www.crato.org/chapadadoararipe/2010/02/25/programa-compositores-do-brasil-por-prof-jose-nilton/

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Música de Gordurinha no Ensino de Ciências



Aqui está uma excelente maneira de reunir duas artes: música e ciências. A música em sala de aula desenvolve o pensamento crítico-reflexivo e potencializa habilidades e aptidões indispensáveis a sensibilidade sócio-cultural dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem...

O professor assistente III do Núcleo de Docência do Departamento de Ciências Biológicas, da PUC Minas, Marcelo Diniz Monteiro de Barros apresentou um Mini-curso no II Encontro Nacional de Ensino de Biologia, na Universidade Federal de Uberlândia, em Uberlândia nos dias 12 a 15 de Agosto de 2007, com o tema "A música popular brasileira e o ensino de ciências naturais". (A SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia).

A música "Vendedor de Caranguejo", de Gordurinha está entre as músicas selecionadas para serem usadas como material didático em sala de aula e nesse caso específico na disciplina de Ciências.

Pra se ter ideia da riqueza desse material basta conhecer as demais músicas que também inspiraram o planejamento destas aulas, tais como: Ciranda da bailarina de Edu Lobo e Chico Buarque; Coração de Estudante, de Wagner Tiso e Milton Nascimento; Passaredo, de Francis Hime e Chico Buarque, Passaredo, de Francis Hime e Chico Buarque; Solar, de Milton Nascimento e Fernando Brant; Querelas do Brasil, de Maurício Tapajós e Aldir Blanc; Cigarra de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos; Sobradinho, de Sá e Guarabyra; O Relógio, de Vinicius de Moraes e Paulo Soledade; Lindo Balão Azul, de Guilherme Arantes; Rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes e Gérson Conrad; O cio da terra, de Milton Nascimento e Chico Buarque; Canção do sal, de Milton Nascimento; O mundo é um moinho, de Cartola; Andorinhas, de Marcus Viana; Pombo Correio, de Moraes Moreira / Dodo / Osmar; O meu guri, de Chico Buarque; Asa Branca, de Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga; Eu e água, de Caetano Veloso; Iemanjá Rainha do Mar, de Pedro Amorim e Paulo César Pinheiro; Beira-mar de Roberto Mendes e Capinan; Francisco, Francisco, de Roberto Mendes / Capinan; Amor à natureza, de Paulinho da Viola; Pois é pra quê?, de Sidney Miller, Amor e Sexo, de Rita Lee / Roberto de Carvalho / Arnaldo Jabor; O xote das meninas, de Zé Dantas / Luiz Gonzaga; Façamos (vamos amar), de Chico Buarque / Elza Soares; Lamento sertanejo, de Gilberto Gil / Dominguinhos; Linda juventude, de Flávio Venturini / Márcio Borges; O ouro e a madeira, de Ederaldo Gentil; A arca de Noé, de Vinícius de Moraes / Toquinho; Depende de Nós, de Ivan Lins / Vitor Martins. Vendedor de caranguejo Composição: Waldeck Artur de Macêdo (Gordurinha).

Vendedor de caranguejo
Composição: Waldeck Artur de Macêdo (Gordurinha)


Caranguejo Uçá
Olha o gordo guaiamum
quem quiser comprar um
cada corda de dez
eu dou mais um

Caranguejo Uçá
Caranguejo Uçá
Apanho ele na lama
E trago no meu caçuá

Eu perdi a mocidade
Com os pés sujos de lama
Eu fiquei analfabeto
Mas meus filho criou fama

Pelo gosto dos menino
Pelo gosto da mulher
Eu já ia descansar
Não sujava mais os pé

Os bichinho tão criado
Satisfiz o meu desejo
Eu podia descansar
Mas continuo vendendo caranguejo

Caranguejo Uçá
Caranguejo Uçá
Apanho ele na lama
E trago no meu caçuá

FONTE

slideshare

súplica cearense



Fonte: catalisecritica

O artigo "A natureza em Os Sertões" de José Leonardo Ribeiro Nascimento apresentado a disciplina de Ética e Meio Ambiente, do Prodema (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente) em 2010 - fala sobre a maior seca já documentada no nordeste brasileiro e cita a música "Súplica Cearense", de Gordurinha e Nelinho, como referência da tragédia climática que assola aquela terra.

Em 1915 e nos anos seguintes, muitas famílias deixaram seus lares, rumando para o sul do Brasil. [...] Treze anos antes da grande seca, em 1902, Euclides da Cunha escreveu “Os Sertões – Campanha de Canudos”, baseado nas suas experiências como correspondente na campanha para o jornal A Província de São Paulo.

Ultrapassando as fronteiras da classificação como peça literária, constituindo-se obra de interesse da Sociologia, Geografia, História e Antropologia, “Os Sertões” propunha denunciar o massacre de Canudos, que foi, para Euclides da Cunha (2010, p. 20), “na significação integral da palavra, um crime.” E o autor conseguiu.

Seu livro chamou a atenção para os problemas do sertão nordestino, ou do Norte, como se falava na época, e é considerado uma das maiores obras da literatura nacional. [...] De forma antinômica, não tarda o autor a dizer que “o sertão é um paraíso” (ibidem, p. 70), bastando, tão-somente que a chuva caia sobre a vilã terra e esconda o vilão sol.

Reaparecem os animais, ressurge a vida, ganham forma os rios, estes ao sabor do relevo incerto, o que gera inundações e destruição. O sertão não é um lugar de paz. Ou se sofre por falta da chuva, ou se sofre por causa dela. Atribuindo personalidade à natureza – e uma personalidade cruel – Euclides afirma, categoricamente, que ela “compraz-se em um jogo de antíteses” (ibidem, p.73).

Neste ponto é inevitável citar a música “Súplica Cearense”, do baiano Waldeck Artur de Macedo, o Gordurinha, na qual um nordestino reza para que a chuva pare, após um período longo de estiagem:

Súplica Cearense

Oh! Deus perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar
Oh! Deus será que o senhor se zangou
E só por isso o sol arretirou
Fazendo cair toda a chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão [...]

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, Euclides da. Os Sertões: volume I / Euclides da Cunha; estabelecimento de texto Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Abril, 2010. 336p.

QUEIROZ, Rachel de. O quinze. São Paulo: Siciliano, 1993.

MÚSICA POPULAR. Gordurinha (Waldeck Artur de Macedo).
Disponível em: http://www.musicapopular.org/gordurinha

domingo, 6 de fevereiro de 2011

súplica cearense e os trapalhões




A música "Súplica Cearense", de Gordurinha e Nelinho, faz parte do filme e CD Os Trapalhões na Serra Pelada, de 1982. Filme de gênero comédia infantil, dirigido pelo cineasta J. B. Tanko é estrelado pela trupe humoristica Os Trapalhões.

Sinopse

Os amigos Curió, Boroca, Mexelete e Bateia aventuram-se em busca de ouro no garimpo de Serra Pelada. A região é controlada pelo estrangeiro Von Bermann, cujas ordens são executadas pelo capanga Bira. Sedento por poder, o gringo contrabandeia o ouro e deseja apoderar-se das terras do brasileiro Ribamar, que se recusa a fazer negócio antes da chegada do filho Chicão.

Curiosidades

  • Os Trapalhões na Serra Pelada teve locação em Serra Pelada e no Sítio do Capim Melado, no Rio de Janeiro.
  • O filme foi comercializado para Moçambique e Angola em 1983.
  • Teve bilheteria de cinco milhões de espectadores na época de seu lançamento, sendo que até hoje permanece como o oitavo filme de maior bilheteria da história do cinema brasileiro.




FONTE

http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Trapalh%C3%B5es_na_Serra_Pelada


LP OsTrapalhões na Serra Pelada

Os Trapalhões - 1982 - Os Trapalhões na Serra Pelada
Som Livre - 403.6269

  • 01. Cavaleiro Alado (Renato Aragão - Paulinho Tapajós)
  • 02. Procurei Tereza (Renato Aragão)
  • 03. Perdi Minha Nega num Forró (Renato Aragão)
  • 04. Folha Seca (Renato Aragão - Sivuca) instrumental
  • 05. Cavaleiro Alado (Renato Aragão - Paulinho Tapajós) instrumental
  • 06. Forroteca - Prece ao Vento (Gilvan Chaves - Alcyr Pires Vermelho - Fernando Luiz) - Suplica Cearense (Gordurinha - Nelinho) - Ultimo Pau-de-Arara (Venâncio - Corumbá - José Guimarães)
  • 07. Rapaz Alegre (Renato Aragão - Luiz de França Guilherme de Queiroz)
  • 08. Trem das Onze (Adoniran Barbosa)
  • 09. Mentiroso (Renato Aragão - Sergio Sá)
  • 10. Embolando na Serra (Bráulio Fernando Tavares Neto - Oswaldo Lenine Macedo Pimentel)

GORDURINHA NA TELONA





  • "Oróra Analfabeta", de Gordurinha no Filme: Minervina vem aí


A música "Oróra Analfabeta", de Gordurinha e Nascimento Gomes, interpretado por Jorge Veiga integrou os números musicais do filme "Minervina Vem Aí" (1959), de Eurides Ramos e Victor Lima, baseado na peça teatral "O poder das massas", de Armando Gonzaga.

ORORA ANALFABETA (Samba-de-breque)
(Gordurinha / Nascimento Gomes)
Eu arrumei uma dona boa lá em Cascadura
Que boa criatura, mas não sabe ler
E nem tão pouco escrever
Ela é bonitona, bem feita de corpo
É cheia da nota
Mas escreve gato com "j"
E escreve saudade com "c"
Ela disse outro dia que estava doente
Sofrendo do "estrombo"
Levei um tombo... Cai durinho pra trás
Isso assim já e demais!

Ela fala "aribu", "arioprano", "motocicreta".
Diz que adora feijoada "compreta".
Ela é errada demais!
Viu uma letra "O" bordada na blusa
Eu disse é agora
Perguntei seu nome ela disse "Orora"
E sou filha do "Arineu"
Mas o azar é todo meu...

MINERVINA VEM AÍ! - 1959 - Brasil / Rio de Janeiro - 93 minutos - Comédia - Preto e branco - Direção: Eurides Ramos. Companhia produtora: Cinelândia Filmes / Cinedistri. Companhia distribuidora: Unida Filmes / Cinedistri. Produção: Oswaldo Massaini - Produtor associado: Alípio Ramos e Eurides Ramos - Diretor geral de produção: Alípio Ramos - Assistente de produção: João Macedo - Roteiro e argumento: Eurides Ramos e Victor Lima, a partir da peça teatral "O poder das massas", de Armando Gonzaga - Fotografia e montagem: Hélio Barrozo Netto - Câmera: Antônio Gonçalves - Cenografia: Benedito Macedo - Assistente de cenografia: Wilson Monteiro - Sonografia: Antônio Smith Gomes -Coreografia: Helba Nogueira - Música: Alexandre Gnatalli - Anotadora: Arlete Lester - Estúdios: Atlântida Cinematográfica.



  • Números musicais:
    *"Deusa do asfalto" (Adelino Moreira), com Nelson Gonçalves;
    *"Adeus, América" (Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques), com o Trio Irakitan;
    *"Apito no samba" (Luiz Bandeira - Luiz Antônio), com o Trio Irakitan;
    *"Chá-chá-baby" (Luiz Rico), com orquestra.
    *"Oróra analfabeta" (Waldeck Arthur de Macedo (Gordurinha) e Nascimento Gomes), com Jorge Veiga.



    Intérpretes: Dercy Gonçalves (Minervina), Magalhães Graça (Pereira), Zezé Macedo (dona Melita), Norma Blum (Nini), Humberto Catalano (Demócrito), Cataldo (doutor Barbosa), Luiz Carlos (Alberto), Rosa Sandrini (Francisca-cozinheira), Cézar Viola (juiz de paz), Wilson Grey (senhor Pimenta), Grijó Sobrinho (Horácio), Carlos Costa (Gentil Paz), Armando Ferreira (Gonçalves-padeiro), Pedro Farah (marinheiro americano), Evelyn Rio (Aurora), Josué Morais (escrivão), Nelson Gonçalves, Trio Irakitan, Jorge Veiga

    Sinopse: A empregada de uma família nobre decadente cai nas graças de um homem simples mas rico. Por equívoco, pensa-se que a paixão desse homem rico é pela sobrinha da velha senhora nobre. Depois de muitas confusões, ele se casa com Minervina, a empregada, que se torna milionária enquanto seus ex-patrões entram em total decadência.

    "Minervina vem Aí" (parte)




    Um Show Perfeito! Magnifica interpretação da música "Oróra Analfabeta", de Gordurinha (Waldeck Artur de Macedo) e Nascimento Gomes, merece destaque a atuação dos intrumentistas e principalmente a parte tocada no garrafone...

    POR ELIZABETH NOGUEIRA GRANDE COLABORADORA E PESQUISADORA DA MPB