sábado, 14 de maio de 2011

Oróra Analfabeta, por Zé Alexandre

Magnifica interpretação do cantor Zé Alexandre dos sambas-de-breque "Oróra Analfabeta", de Gordurinha e Nascimento Gomes e "Festival de Bolachada", de Gordurinha - no álbum Zé Alexandre ao vivo - 1999 - CD INDEPENDENTE. Em 1999, Zé Alexandre (José Alexandre Gomes Coelho da Rocha e Silva) lançou seu primeiro CD "Zé Alexandre ao vivo", produzido com o ator e diretor de teatro, cinema e televisão, Roberto Bomtempo.

1. REVANCHE (Lobão - Bernardo Vilhena) 04:18
2. ORORA ARNAFABETA...FESTIVAL DE BOLACHADA (Gordurinha - B.M.Gomes) 03:58 [sic]
3. VENTOS DE PALMARES (Zé Alexandre) 04:11
4. NÃO DIGA NUM BLUES (Zé Alexandre - Mongol) 04:24
5. VOCÊ SE PARECE COM TODO MUNDO (Cazuza - Frejat) 03:41
6. CINE ROYAL DE INHAÚMA (Zé Alexandre) 03:32
7. É RUIM DE PEGAR COM A MÃO (Zé Alexandre) 04:07
8. CASINHA BRANCA (Gilson - Joram) 04:24
9. BLACK IS BEAUTIFUL (Marcos Vale - Paulo Sérgio Valle) 05:14
10. MORA NA FILOSOFIA (Monsueto - A. Pessoa) 02:26
11. CANÇÃO PRA INGLÊS VER (Lamartine Babo) 03:06
12. COMO SE ESTIVESSE FORA (Oswaldo Montenegro - Mongol) 01:55
13. SEM PRESSA (Zé Alexandre) 05:15
14. VELHAS ESTRADAS (Zé Alexandre) 04:05

Oróra Analfabeta
Gordurinha e Nascimento Gomes






Olha, que eu conheci
uma dona boa lá em Cascadura
grande criatura
mas não sabia ler
e nem tampouco escrever
Mas ela é bonitona,
bem feita de corpo e cheia da nota
mas escreve gato com "J",
escreve saudade com "C"
pra você ver...
Ela me disse outro dia,
que estava doente,
sofrendo do "estrombo"
vixe, quase levei um tombo,
caí durinho pra trás
ela fala "Aribu",
"arioprano" e "motocicreta"
e diz que adora feijoada "compreta"
ela é errada demais...
vi uma letra "O"
bordada em sua blusa,
eu disse é agora
perguntei seu nome
ela me disse " Orora "
eu sou filha do "Arineu"
mas o azar é todo meu...

Festival de Bolachada
Gordurinha

Eu outro dia passeando em Madureira
caí na asneira de dizer uns "psilones"
a uma dona muito bem aparentada
mas a danada pôs a boca no trombone
chamou o guarda e contou tanta mentira
e o pior é que o guarda acreditou
meu deu uma bolacha quarta-feira às cinco horas
eu tô levantando agora, a enfermeira me chamou
juro por Deus que nunca mais em minha vida
fazer gracinhas pela rua eu vou
mulher bonita se passar eu viro a cara
podem dizer que eu tô até borocoxô
aquele guarda me deixou complexado
se bobear um dia eu vou virar mulher
meu camarada, se eu gostasse de bolacha
comprava uma caixa de um biscoito qualquer
Eu outro dia, sem querer no cais do porto
pra olhar um morto eu desci do lotação
num instantinho vi dois caras parecidos
e pela farda acho que era o Cosme e Damião
e num instante eu já estava no distrito
me deram um bico que eu fiquei sem ouvir direito
que coisa chata foi servir de testemunha
me arrancaram a unha do dedão do pé direito
me bateram tanto que eu fiquei abilolado
me enfiaram um prego no buraco do nariz
pra me ver livre dos carinhos do delega
eu fui obrigado a confessar o que eu não fiz
e eu confessei que no ano de mil e quinhentos
no dia vinte de dois de abril
o Pedro Álvares Cabral era inocente
fui eu quem descobriu o Brasil
eu confessei que matei o Tiradentes
que sou culpado no estouro do Guandú
paguei uma multa de cinquenta mil cruizeiros
e fui à pé pra minha casa em Bangu...
e muito jururú...

Fonte

site oficial - Zé Alexandre

Nenhum comentário: